PLANEJAMENTO URBANO - HABITAÇÃO POPULAR
Voltando a falar um pouco sobre habitação, vale recordar o que foi dito sobre a proposta da Prefeitura para a utilização da área situada à Av. Luiz Carlos Berrini esquina com a Av. Jornalista Roberto Marinho. Trata-se de uma área ocupada por uma favela, denominada Jardim Edith, num local, que como tantos outros, a favela deveria ser desocupada e demolida e no seu lugar, instalados equipamentos urbanos e de lazer, tais como praça com áreas verdes, quadras poliesportivas, enfim, um local onde a população do entorno pudesse usufruir de atividades de desportos e lazer. Caberia ainda pistas de skate e circuito para caminhadas.
É uma área não maior do que 6.000 m², cuja proposta não condiz com os princípios básicos do Urbanismo.
Neste local, entretanto, a Prefeitura propõe alocar 240 famílias, ou seja, algo em torno de 1.100 habitantes. Para tanto, seriam construidos 3 edificios com 16 pavimentos e mais 2 edificios com 8 pavimentos e ainda estacionamento para 60 veículos, conforme mostra a reportagem acima da Revista da Folha de 06/02/2001.
Onde estão as incongruências desta proposta?
Em primeiro lugar, promoveria a impermeabilização da área, muito próxima ao Rio Pinheiros, o que ocasionaria um maior afluxo das águas das chuvas a serem despejadas no rio, diretamente, e pela já saturada rede de águas pluviais, ao invés de uma área permeável que poderia “sugar” as águas.
Tambem ‘institucionalizaria’, novamente, a criação de “núcleos habitacionais” em áresa ilegalmente ocupadas para a formação de favelas. Seria algo como se o Poder Público afirmasse: “- ocupem áreas, criem favelas ou ‘comunidades’ que depois eu as oficializo.”
Ora, há que se respeitar áreas públicas ou privadas, e que o Poder Público execute obras que sirvam aos interesses da população da nossa cidade, tão carente de áreas verdes e de lazer e a iniciativa privada, em parceria com com o Poder Público, as Parcerias Público Privadas, PPP, promover a construção Núcleos e Centros Habitacionais Populares em áreas e regiões com vocação para tal.
Nesta região, próximo ao local em questão, a não mais do que 5 km, existem áreas ociosas que poderiam, desde que houvesse vontade política (novamente esse tema), serem edificados esses centros.
Existem pessoas, profissionais da área, Arquitetos e Urbanistas dedicados ao Planejamento Urbano, que, com uma visão abrangente, apresentariam soluções de viabilização do tema Habitação, associada a sustentabilidade. Isso poderia em muito ajudar o Poder Constituido a definir as melhores opções para os habitantes da nossa cidade com a melhoria da sua qualidade de vida, no que diz respeito a habitação, transporte, saúde e segurança, que são direitos inalienáveis dos nossos cidadãos.
