quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Planejamento Urbano

Novas colocações

Prezados amigos, depois de aproximadamente 3 anos fora, volto a esta mídia, expondo minhas observações sobre o que se faz, ou deixa-se de fazer, em São Paulo. Hoje, o tema será  Vias Públicas.

Como todos que vivem nesta nossa Metrópole e os que aqui estão apenas de passagem sabem e podem observar, a cidade é carente de vias para circulação. Na "impossibilidade" de implantação de novas vias, causada por custos elevados que nossos administradores dizem não possuir, seria fundamental que a conservação das vias existentes fosse executada de forma minimamente razoável. E o que seria razoável? Ao meu ver, seriam Ruas e Avenidas com pavimento de qualidade. O que se observa, são vias com pavimento com buracos e desníveis causados por péssimo recapeamento, de qualidade ínfima, por  parte das concessionárias públicas, tais como CESP, SABESP, CONGAS e as empresas de telefonia. São executados serviços nas redes (sem supervisão dos órgãos competentes) e após sua conclusão, os serviços não são verificados, o que ocasiona esse péssimo estado dos referidos pavimentos. Este é o problema mais visível de toda a questão, mas não o principal, que é a má qualidade de execução primaria das pavimentações.
A pavimentação de ruas e avenidas deve obedecer critérios e padrões, que vão desde a compactação do solo até a camada final de asfalto, passando por leito de brita, areia e novamente brita, com espessuras e compactação compativel com os tipos de veículos que circularão por essa via. São padrões internacionais, no Brasil especificados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que infelizmente, motivados pela falta de fiscalização, via de regra não são obedecidos pelas empreiteiras. Essa é a causa principal do mau estado de conservação das Vias Públicas em São Paulo.
Depois disso, vê-se o recapeamento das vias. Normalmente, frezam-se as ruas (descasca-se a camada asfáltica) e posteriormente á aplicada nova camada, sem que haja cuidado em nivelar possíveis ondulações assim como a inobservância do nível da pavimentação acabada, ou seja, na sua grande maioria, o eixo das vias está no mesmo nível do meio-fio, o que acarreta um corte de via extremamente curvado. Percebe-se isso quando os automóveis, estacionados ou circulando pelas laterais da via estão totalmente inclinados lateralmente. Como consequência, há um desgaste desproporcional da pneus e danos a suspensão do veículo. Tambem observam-se bueiros com muito desnivel em relação a pista de rolamento, em muitos casos, de até 5 a 7 cm. Já foram observados furos ou estouros de pneus que lá "cairam" assim como acidentes quando o veículo tenta se desviar desses verdadeiros "buracos".
Outro grande problema são as "valetas para escoamento das águas pluviais". Verdadeiras armadilhas para motoristas e motociclistas, uma vez que na grande maioria dos cruzamento de ruas, elas lá estão. Por sua causa, os veículos precisam diminuir drasticamente a sua velocidade para transpô-las, o que faz diminuir consideravelmente o fluxo da travessia. Em cruzamentos com semáforos, por causa dessas valetas, o número de veículos que atravessam as esquinas cai em pelo menos 35%, causando, ainda, consideravel aumento dos congestionamentos.
E para completar, há ainda a implantação totalmente desordenada e sem nenhum critério, dos "corredores de ônibus". Vê-se por toda a cidade ruas com essas faixas implantadas nais quais trafegam 1 ou 2 ônibus a cada meia hora!
E o que se dizer das ciclovias? É um verdadeiro descalabro. Da noite para o dia pintam-se faixas em ruas, sem o mínimo de estudo e critério. Ruas com grande aclividade, onde nunca se vê ciclistas.Fala em implantar 400 km de ciclovias, então pintam-se as ditas faixas. Ruas com dupla mão de direção tornam-se "vias para ciclistas", onde não se os vê, mas por outro lado congestionam-se mais os veículos, automóveis e ônibus.
Há que se perguntar: onde estão os critérios? quais as prioridades? como não se vê que o transporte coletivo tambem é grandemente prejudicado? 

quinta-feira, 24 de março de 2011

PLANEJAMENTO URBANO


                         PLANEJAMENTO URBANO  -  HABITAÇÃO POPULAR
Voltando a falar um pouco sobre habitação, vale recordar o que foi dito sobre a proposta da Prefeitura para a utilização da área situada à Av. Luiz Carlos Berrini esquina com a Av. Jornalista Roberto Marinho. Trata-se de uma área ocupada por uma favela, denominada Jardim Edith, num local, que como tantos outros, a favela deveria ser desocupada e demolida e no seu lugar, instalados equipamentos urbanos e de lazer, tais como praça com áreas verdes, quadras poliesportivas, enfim, um local onde a população do entorno pudesse usufruir de atividades de desportos e lazer. Caberia ainda pistas de skate e circuito para caminhadas.
É uma área não maior do que 6.000 m², cuja proposta não condiz com os princípios básicos do Urbanismo.
Neste local, entretanto, a Prefeitura propõe alocar 240 famílias, ou seja, algo em torno de 1.100 habitantes. Para tanto, seriam construidos 3 edificios com 16 pavimentos e mais 2 edificios com 8 pavimentos e ainda estacionamento para 60 veículos, conforme mostra a reportagem acima da Revista da Folha de 06/02/2001.
Onde estão as incongruências desta proposta?
Em primeiro lugar, promoveria a impermeabilização da área, muito próxima ao Rio Pinheiros, o que ocasionaria um maior afluxo das águas das chuvas a serem despejadas no rio, diretamente, e pela já saturada rede de águas pluviais, ao invés de uma área permeável que poderia “sugar” as águas.
Tambem ‘institucionalizaria’, novamente, a criação de “núcleos habitacionais” em áresa ilegalmente ocupadas para a formação de favelas. Seria algo como se o Poder Público afirmasse: “- ocupem áreas, criem favelas ou ‘comunidades’ que depois eu as oficializo.”
Ora, há que se respeitar áreas públicas ou privadas, e que o Poder Público execute obras que sirvam aos interesses da população da nossa cidade, tão carente de áreas verdes e de lazer e a iniciativa privada, em parceria com com o Poder Público, as Parcerias Público Privadas, PPP, promover a construção Núcleos e Centros Habitacionais Populares em áreas e regiões com vocação para tal.
Nesta região, próximo ao local em questão, a não mais do que 5 km, existem áreas ociosas que poderiam, desde que houvesse vontade política (novamente esse tema), serem edificados esses centros.
Existem pessoas, profissionais da área, Arquitetos e Urbanistas dedicados ao Planejamento Urbano, que, com uma visão abrangente, apresentariam soluções de viabilização do tema Habitação, associada a sustentabilidade. Isso poderia em muito ajudar o Poder Constituido a definir as melhores opções para os habitantes da nossa cidade com a melhoria da sua qualidade de vida, no que diz respeito a habitação, transporte, saúde e segurança, que são direitos inalienáveis dos nossos cidadãos.   

segunda-feira, 7 de março de 2011

PLANEJAMENTO URBANO


Políticos pródigos em soluções de palanque, não costumam perder o sono com rotineiro descumprimento da palavra empenhada. Afinal, para muitos deles, infelizmente, a política é a arte do engodo. Alem disso, contam com a amnésia coletiva. Carlos Alberto Di Franco, O Estado de São Paulo, 07/03/2011, Pg. 02

Em se tratando, entre outras coisas, de Planejamento Urbano, esta é, infelizmente, uma verdade que graça em nossas principais cidades, uma vez que a grande maioria dos nossos dirigentes está apenas e tão somente preocupados com as próximas eleições, quando eles almejam sua reeleição ou em muitos casos, legenda para pleitear novos cargos, eletivos é claro, sempre as custas do “seu povo”.  Vejamos o caso da nossa São Paulo, onde tentaremos nos aprofundar nos seus problemas urbanos já mostrados anteriormente.
Degradação em centros urbanos (vide ‘cracolândia’, área incrustada na região central de São Paulo, entre Santa Ifigênia, Luz e Campos Elíseos). Há anos, fala-se da sua “reurbanização”, como se isso fosse necessário. A necessidade desta área é a desapropriação dos edifícios totalmente degradados e posterior reforma, para que possam vir a ter uma ocupação residencial, trazendo para lá uma população que hoje habita áreas de risco em periferias ou áreas de mananciais. Esta área, juntamente com outras já citadas, em bairros adjacentes como Barra Funda, Pari, Braz, Mooca entre outros, pode trazer uma população de aproximadamente 800.000 habitantes para a região central da cidade, que já conta com toda a infra estrutura necessária para suprir a demanda desta população, tais como luz e força, saneamento, transporte público, telefonia, sem falar em segurança pública. O custo destas desapropriações é infinitamente menor do que levar infra estrutura para locais distantes (por vezes mais de 40 km do centro da cidade) bem como a destruição de mananciais. O que se precisa para isso? Apenas planejamento e vontade política. Não precisamos de soluções mágicas, como as propostas para as favelas situadas na Av. Luiz Carlos Berrini esquina com a Av. Jornalista Roberto Marinho, bem como a favela do Real Parque. Nestes locais se propõe substituir as favelas por grandes “cortiços” como foram os Edifícios Mercúrio e São Vito, na região do Mercado Central. Propõe-se criar “novos bairros” com edifícios de até 16 andares, com apartamentos de aproximadamente 50 m², com alguns equipamentos urbanos. Ou seja, substitui-se a favela existente por uma aglomeração edifícios (cortições) em regiões que nunca tiveram nem nunca terão vocação para tal. Pergunto: onde estão os planejadores municipais?  Não seriam estas apenas operações caça votos?
E as margens dos córregos que cortam nossa cidade? Criam-se favelas nestas margens, com a ‘conivência’ do poder constituído que “fingem não ver”. Estas aglomerações urbanas assoreiam os córregos propiciando seu transbordamento a cada chuva e levam detritos de todas as espécies para os Rios Tietê e Pinheiros, que já assoreados, transbordam e interditam as marginais. Qualquer dia, nossos administradores resolverão, com novas soluções mágicas, levar a estas “novas comunidades” os equipamentos urbanos e infra estrutura que as tornarão “novos bairros”, também sem as mínimas condições de habitabilidade.
Nossas vias públicas, como já dito anteriormente, em estado calamitoso, são ignoradas pelos nossos governantes. Há mais ou menos 15 dias, numa tarde em que choveu por aproximadamente 45 minutos, 170 árvores caíram sobre as ruas, algumas sobre automóveis, felizmente, nesta ocasião, não causando mais que danos materiais. Existe em nossa cidade lei municipal que proíbe que qualquer cidadão faça qualquer tipo “tratamento” destas árvores, das quais, a grande maioria já está danificada por doenças. Se uma pessoa, contribuinte, possui uma destas árvores dentro do seu terreno, para podá-la, precisa pedir autorização à Prefeitura que via de regra não autoriza. Para isso, deve contar com as autoridades do Departamento de Parques e Áreas Verdes, que por sua vez não possui servidores em número suficiente para atender a demanda, o que causa a já dita queda de árvores. Se porventura o contribuinte cortar ou apenas podar uma árvore “doente” dentro do seu imóvel, estará sujeito a processo, por parte do nosso Poder Constituído. As pistas de rolamento das nossas vias estão com pisos completamente irregulares, com buracos causados pelas chuvas (?!) ou remendos com desníveis de até 10 cm, executados pelas concessionárias de serviços públicos, sob a supervisão da Prefeitura através seus órgãos competentes, que não supervisiona nada. Isso ocorre na quase totalidade das vias públicas da nossa São Paulo. Um buraco entre a sarjeta de concreto e o piso asfáltico, na Rua Teodoro Sampaio, altura do número 2500, causado por má execução de reparos por uma concessionária, já tem quase dois meses, sem que ninguém tome alguma providência.
Voltarei a falar sobre estes e outros problemas que nos afligem, brasileiros paulistanos. Sei, de antemão, que nada ou muito pouco será feito para melhorar a nossa qualidade de vida, porquanto nosso “alcaide” está mais preocupado com política partidária, com o beneplácito dos nossos valorosos “edis” .     

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

PLANEJAMENTO URBANO – COLETA DE LIXO

PLANEJAMENTO URBANO – COLETA DE LIXO

Como o Urbanismo, ou Planejamento Urbano, visa ao conforto da população, há que se considerar o meio ambiente. E como o lixo afeta diretamente o meio ambiente e ao homem, vale algumas linhas sobre esse tema. O QUE SE FAZ COM O LIXO PRODUZIDO PELO NOSSO POVO.
Muito se fala sobre coleta seletiva do lixo, porem nada, ou quase nada, se faz de concreto sobre isso. Disse o Arquiteto e Urbanista Jaime Lerner, que o fundamental é a educação das crianças, que fariam com que os adultos promovessem a seleção do lixo em sua própria moradia, para que então, com uma coleta seletiva, iniciássemos um processo de melhoria do meio ambiente. Mas na prática, não é isso que ocorre em nossa cidade. Tomemos como exemplo hipotético, um edifício residencial qualquer, em São Paulo, no Bairro de Pinheiros.
Este edifício, com 16 pavimentos e 64 apartamentos de classe média, vivem em torno de 256 pessoas que produzem diariamente aproximadamente 200 kg de lixo. Consideremos que desses 200 kg, 40% seja lixo orgânico e o restante de materiais passiveis de reciclagem, como papel, plásticos, metais. Isso está correto? Não, pois todos os 200 kg de lixo poderiam ser reciclados. Sabe-se que o papel, o plástico e os metais podem ser reciclados desde que haja para isso usinas para este fim. Porem o lixo orgânico também pode ser reciclado através o processo de compostagem. Para tanto, basta que se criem Usinas de Compostagem com capacidade de processar o lixo produzido na cidade, assim como se aumentar a quantidade e capacidade de processamento do papel, do plástico e dos metais. Voltando ao nosso hipotético edifício: lá, em cada pavimento existem recipientes especiais para receber todos os tipos de lixo, ou resíduos. Diariamente, são coletados e armazenados em local próprio no pavimento térreo, para que, dia sim dia não, seja coletado pelo serviço público de coleta de lixo. Nesse ponto, começa o nosso grande martírio. Em primeiro lugar, o serviço público de coleta, normalmente terceirizado por licitação, não faz a COLETA SELETIVA. Então, tudo o que foi feito nos andares e no depósito do térreo, é perdido e a coleta é feita de forma a receber todos os tipos de lixo sem qualquer seleção, ou seja, todo o trabalho de seleção dos resíduos é perdido. Tudo isso por que? Seja porque o nosso Poder Público não tenha interesse, pois tanto faz, para eles, criar “lixões” ou em algumas áreas, aterros sanitários. Já houve uma prefeita que quis criar a “taxa do lixo”. Isto é fonte de poluição com conseqüente agressão ao meio ambiente. O que eles não querem ver é que com algum investimento, seja público ou através Parcerias Público Privadas, as PPP, poder-se-ia obter lucro a médio e longo prazo pela comercialização do produto da reciclagem bem como diminuir consideravelmente os males causados por “lixões” ou aterros sanitários, que tambem são fontes de produção de gás metano.
Aos 60% de resíduos não orgânicos, já sabemos que o seu destino correto seria a reciclagem por meio da “indústria da reciclagem”, que todos sabemos existir, ainda que em número insignificante face a quantidade de lixo produzida em São Paulo. Isso até foi tema de uma recente novela na TV.
 Mas e os 40% de lixo orgânico? O que e como reciclá-lo? Por meio da USINAS DE COMPOSTAGEM. E o que é isso?
     O que é compostagem 
Compostagem é um processo de transformação de matéria orgânica, encontrada no lixo, em adubo orgânico (composto orgânico). É considerada uma espécie de reciclagem do lixo orgânico, pois o adubo gerado pode ser usado na agricultura ou em jardins e plantas.
A compostagem é realizada com o uso dos próprios microorganismos presentes nos resíduos, em condições ideais de temperatura, aeração e umidade.

Importância para o meio ambiente e saúde das pessoas 
A compostagem, usada principalmente na zona rural, é de extrema importância para o meio ambiente e para a saúde dos seres humanos. O lixo orgânico, muitas vezes, é descartado em lixões, ruas, rios e matas, poluindo o meio ambiente. Além disso, o acúmulo de resíduos orgânicos a céu aberto favorece o desenvolvimento de  bactérias, vermes e fungos que causam doenças nos seres humanos. Além disso, favorece o desenvolvimento de insetos, ratos e outros animais que podem transmitir doenças aos homens. Com a compostagem, além de se evitar a poluição e gerar renda, faz com que a matéria orgânica volte a ser usada de forma útil.

A coleta seletiva do lixo orgânico 
Para que ocorra a compostagem de forma adequada, é necessário que as pessoas realizem a coleta seletiva do lixo, encaminhando o lixo orgânico para usinas de compostagem e os resíduos sólidos para recicladores. A compostagem também pode ser realizada em casa, seguindo algumas orientações técnicas básicas.

Como já disse anteriormente, para isso, também, o principal é VONTADE POLITICA. Voltarei a esse tema.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Esta é a reportagem a que me referi na inserção anterior, quando tratei do desrespeito da Prefeitura com respeito às obras iniciadas e inacabadas. Desculpem-me por esta falha.

Planejamento Urbano - Vias públicas

Planejamento Urbano  -  Vias públicas

Urbanismo, ou planejamento urbano, é a ferramenta utilizada para tornar a vida do cidadão mais confortável. Entende-se por confortável, não apenas o ‘conforto material’, como uma boa moradia, móveis de qualidade, etc., mas sim o conforto que proporciona qualidade de vida. Quando se planeja uma “cidade nova” pode-se criar o “ideal”, com ruas e avenidas adequadas ao tamanho da cidade que se propõe. Criam-se centros de todas as espécies para os futuros habitantes, como centros residenciais, comerciais, de serviços e lazer, todos eles interligados  por ruas, avenidas, alamedas e até becos ou vielas, se esta for a proposta. Porem, quando se trata de adequar uma cidade já “pronta”, dar maior e melhor qualidade de vida aos seus moradores, temos que ter em mente que é extremamente necessário criar estas condições dentro dos parâmetros e condições que a cidade apresenta. Não se pode simplesmente derrubar tudo o que existe e começar de novo. E quando se trata de grandes metrópoles, como é o caso de nossa São Paulo, na qual houve um crescimento totalmente desordenado, apesar de vários “planos pilotos”, “leis de zoneamento”, “leis de uso e ocupação de solo”, muito pouco ou quase nada disso foi realmente aplicado. Daí, o caos urbano instalou-se em São Paulo. Então, o que fazer para tentar minimizar essa nossa “caótica realidade”? Muito se pode fazer, mas é preciso que se inicie por algum lugar, pois seria totalmente inviável que se tentasse tudo ao mesmo tempo, sob a pena de se criar um caos irreversível. Na impossibilidade de se criarem novas vias de imediato, que tal se simplesmente tentássemos torná-las mais adequadas ao seu uso pelos meios de transportes existentes? É sobre isso que falarei hoje.
Nossas vias públicas estão praticamente intransitáveis por conta da sua pavimentação. Concessionárias públicas, tais como de energia elétrica, de gás,  de telefonia, por necessário, fazem reparos em suas redes subterrâneas e no final, refazem o pavimento, onde por lei, os custos são de sua alçada. Mas como é feita esta pavimentação? Cada concessionária a faz a seu ‘bel prazer’, apesar das normas existentes para tal. Por falta de fiscalização por parte do Poder Constituído, estes reparos são executados sem o mínimo cuidado com relação ao plano do pavimento. Isto resulta em pavimentos totalmente irregulares, cada qual o executando de maneira quase que intuitiva sem o menor critério técnico. Aí temos ruas e avenidas com pisos totalmente irregulares, onde os automóveis e ônibus transitam aos solavancos, causando uma considerável diminuição da sua velocidade bem como um desgaste mecânico imponderável e principalmente desconforto ao público. Na grande maioria das nossas ruas e avenidas, não se anda mais do que 20 ou 30 metros sem que haja um desnível, acima ou abaixo, do plano do pavimento. Tomemos o exemplo da Avenida Pacaembu, na região central da cidade. Lá o limite de velocidade é de 70 km/h, inclusive com radares de fiscalização, mas o risco de se trafegar a mais de 40 ou 50 km/h é grande, pois a qualquer desnível do pavimento (e eles são muitos) pode-se “perder a direção” e sofrer ou causar um acidente. Isso se repete por quase a totalidade das ruas e avenidas da região central da cidade. Raras são as ruas e avenidas onde se possa trafegar por mais de 80 ou 100 metros de forma segura sob este aspecto. Sem contar com as obras iniciadas pela própria Prefeitura, que ficam “abertas” e inacabadas como mostra a reportagem publicada ontem pela REVISTA VEJA SÃO PAULO, a qual anexo. (este é apenas um exemplo, na Rua Augusta quase na esquina com a Rua Estados Unidos).      
Se este é o estado das nossas vias na região central, vocês podem imaginar como estão no centro expandido, nos bairros mais afastados e nas zonas periféricas da nossa São Paulo, sem que os nossos administradores/gestores tomem qualquer providência.
Voltarei a esse tema mostrando, com fotos, o estado lamentável das nossas VIAS PÚBLICAS.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Planejamento Urbano - Um pouco sobre Habitação

Hoje vamos falar um pouco sobre habitação.
Vejam, a cada 100 mil m² de área, utilizando-se para construção de moradias 60% deste total, conseguiríamos alocar aproximadamente 20 mil habitantes ou seja, em 1 milhão de m², poderíamos colocar 200 mil habitantes. Os 40% restantes da área seriam destinados a estacionamento, circulação, áreas verdes e equipamentos urbanos e de lazer. Voces acreditam que este é um numero absurdo para a nossa cidade? Pois bem, o Shopping Center Norte, um dos maiores da cidade está situado em uma área de 250 mil m². Numa área equivalente a 4 vezes o Shopping Center Norte, poderiam viver 200 mil pessoas. Ok, mas onde existem áreas como esta, numa cidade como São Paulo, para se criar esse número de habitações?
Quem conhece São Paulo sabe que existem áreas, onde outrora funcionavam indústrias e que hoje estão abandonadas. Estas áreas estão localizadas em bairros centrais como Mooca, Pari, Brás, Jaguaré. Ipiranga entre outras. Como já foi dito, estas áreas estão num raio de 5 a 6 km do Centro da cidade e possuem toda a infra estrutura necessária, como água, redes de esgotos, luz, telefone, transportes (ônibus e metrô). Se tomarmos como exemplo apenas a Mooca, encontraríamos uma área, não necessariamente adjacente, maior do que 1 milhão de m². Some-se o Brás e o Pari e então encontraríamos áreas que somadas, chegariam perto de 2 milhões de m², onde seria possível acomodar, com o conforto proporcionado pela infra estrutura existente, em torno de 400 mil habitantes. Voces me perguntariam: estes são números consideráveis, numa cidade de 11 milhões de habitantes? Eu lhes respondo, não, mas seria o inicio de um processo no qual seriam liberadas áreas de mananciais, várzea do Rio Tiete e outras áreas de risco iminente de desabamentos causados pelas chuvas. E qual o custo disso? Eu lhes digo, muitas vezes menor do que levar infra estrutura a locais como o Jardim Pantanal, no extremo leste de São Paulo, que precisa de vias, transportes, saneamento, etc. E o que seria feito, por exemplo, do Jardim Pantanal? Seria devolvido à sua função original, que é ser várzea do rio, permeável, que absorveria o excedente das cheias do rio, sem os prejuízos materiais causados em cada enchente e por muitas vezes com os prejuízos incalculáveis de cada vida que se perde. Isso vale, também, para outras inúmeras áreas, como margens dos inúmeros córregos que cortam a cidade os quais são desordenadamente habitados sem que nossos dirigentes de plantão tomem qualquer medidas coibi-los, e que causam, a cada chuva, algumas perdas preciosas de vidas.
Enfim, o que precisamos para levar adiante tais propostas?
Apenas VONTADE POLÍTICA.